terça-feira, 30 de junho de 2020

Programa de humor “Sinta-se Em Casa” surge por causa da pandemia

Ambientes caseiros, como o quintal e a sala, são hoje os cenários de gravação de Marcelo Adnet. Longe dos estúdios da Globo, assim como todo o elenco da emissora, por causa da pandemia, o ator e humorista transformou seu lar, no Rio, no set de Sinta-se Em Casa, disponível no Globoplay e aberto para não assinantes.

Sucesso nas redes sociais e com direito à exibição de trechos no Encontro Com Fátima Bernardes, na Globo, o diário de humor de Adnet é um produto essencialmente do isolamento. “O projeto surgiu em casa, eu já ‘quarentenado’, com alguns vídeos parodiando a situação política do Brasil ou o BBB. Vídeos bem curtinhos”, diz Adnet, ao Estadão.

O Globoplay, então, propôs que ele transformasse aquelas experiências em um produto para streaming, de segunda a sexta.

“Falei, beleza, vamos fazer bem simplinho, faço um minutinho, dois minutinhos de casa. Só que acontece que a crônica do Brasil ficou tão acelerada e tão louca. Também acho que foi dando certo descobrindo aqui como se faz, e aí a gente faz bem mais do que um ou dois minutos”, afirma o humorista.

“Temos várias complexidades no programa. Comprei um chroma que chegou ontem (semana passada), já fiz a cena do Super Queiroz estreando o chroma, em cima da mesa da sala”, conta o humorista, referindo-se ao quadro em que ele faz Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, sobrevoando a casa num colchão.

Adnet traz crônicas inspiradas em acontecimentos do Brasil e do mundo. Mas as figuras políticas que ele imita, como o presidente Bolsonaro, são seus principais trunfos.

Aliás, ele vem se especializando cada vez mais nesse tipo de imitação, desde o bem-sucedido tutorial dos candidatos a presidente que fez para O Globo, em 2018.

Destaque também para Olimpíada dos Gatinhos, em que registra Romarinho e Princesa – resgatados logo que o programa começou – simulando modalidades esportivas.

Em tempos de isolamento, Sinta-se Em Casa conta com uma equipe bem reduzida. “Crio tudo: textos, personagens, onde vou filmar, o figurino. A minha mulher, a Patrícia (Cardoso), que é a única que está comigo de quarentena, grava com meu celular, e me ajuda também nas caracterizações, figurinos, direção de arte.” Remotamente, estão envolvidos editor e supervisora artística. “Somos quatro.”

Assim como Adnet, outros humoristas têm se dedicado a projetos que caibam dentro de seus lares: mais enxutos, intimistas, sem megaprodução, usando, inclusive, recursos domésticos, como cenografia e figurino – e seguindo normas de segurança.

Paulo Vieira, que encerrou no domingo a série Como Lidar?, feita no confinamento para o Fantástico, na Globo, agora se prepara para estrear com Fernando Caruso Cada Um No Seu Quadrado, no Globoplay, no dia 3 de julho. Segundo o humorista, a ideia é tentar criar uma festa, uma mesa de bar, mas com cada um na sua casa.

“Tem um clima de muita descontração. Na seleção de convidados, chamamos principalmente amigos, gente com quem gostamos de conversar, que a gente acha engraçado, para compor a melhor mesa de bar do mundo”, diz Vieira, ao Estadão.

“Chegamos a uma seleção de quatro amigos por episódio, e os convidamos para jogar conversa fora, falar da vida. Para cada um comer e beber na sua casa. Está sendo muito divertido gravar isso.”

Também no Globoplay, Eduardo Sterblitch está à frente do Sterblitch Não Tem Um Talk-Show: o Talk-Show, disponível sempre às sextas. Ele participa da edição do programa, além de aparecer na tela, fazendo entrevistas, e propondo games e dinâmicas com famosos e anônimos. Tudo da casa dele.

O material que dá corpo à atração vem de duas lives semanais, realizadas nos perfis do GShow no Twitter e no Facebook, às segundas e terças, às 22h.

“Acho que essa pode ser uma forma de a gente lidar com essa pandemia de um jeito criativo, e não ficar só consumindo a informação que chega até nós. Este momento de isolamento social também é uma oportunidade para darmos chance à nossa criatividade, de se conectar, de interagir”, diz Sterblitch, em material para imprensa.

Já o Zorra, da Globo, precisou se readaptar diante da nova situação. Com a pandemia, as gravações foram adiadas, e o programa traz, junto com as reprises, gravações feitas pelo elenco, em um aplicativo de conversas virtuais.

Desafios

Outra série original da quarentena, Diário de um Confinado, escrita e protagonizada por Bruno Mazzeo e dirigida por Joana Jabace, sua mulher, poderá ser vista em várias plataformas. Já disponível no Globoplay, a produção será exibida ainda na Globo aos sábados, a partir de 4 de julho; estreia no dia 6 no Multishow; e terá pílulas durante o mês no GNT. Idealizada por Joana, é gravada no apartamento onde o casal mora com os filhos, no Rio.

Mazzeo interpreta Murilo, que, de uma hora para outra, precisa resolver toda sua vida de dentro de casa – e a distância: terapia, bate-papo com amigos, compromissos profissionais. “Tudo foi um grande desafio. Começamos a criar já tendo limitações, como a locação, um único personagem, com toda a história se passando no mesmo universo. A vida familiar e o trabalho ficaram bem misturados. A única coisa que já é feita assim, por mim, de casa, e que eu faço muito, é o texto. De resto, tudo foi novidade”, conta Mazzeo, em entrevista ao Estadão.

“Foi desafiador desde a prova de figurino por chamada de vídeo, com a figurinista olhando meu armário e montando o Murilo com o meu guarda-roupa, até o gravar e editar. Gravar com os filhos aqui, com a vida real seguindo… Olha, desafio não faltou. Adaptamos a nossa casa e, ao mesmo tempo, fomos adaptando coisas no texto também para coisas que a gente tinha aqui. Não estamos nos Estúdios Globo, onde um cenário, por exemplo, é construído de acordo com a necessidade do texto. Aqui é o contrário. O que fizemos se parece um pouco como funciona o teatro, em que o ator também é o contrarregra”, completa.

Na trama, Murilo interage, remotamente, com personagens vividos por nomes como Arlete Salles, Débora Bloch, Fernanda Torres, Lázaro Ramos, Lúcio Mauro Filho, Renata Sorrah. “Este foi outro grande desafio: contracenar com os colegas sem estarmos juntos, olho no olho, com o calor e a troca que existe no set.”

Mazzeo acredita que, após a pandemia, a dramaturgia vai sofrer adaptações. Que, por necessidade, as coisas vão ser um pouco menores, com produções mais íntimas. “Pra mim, foi muito importante a experiência do Diário de um Confinado. Foi uma prova de que a gente vai se adaptar e que a arte sempre vai se reinventar de acordo com sua época, sobretudo em momentos de exceção”, observa. “No nosso caso, fizemos uma dramaturgia muito íntima e, consequentemente, muito humana, pelo fato de não ter outros cenários, outros universos. Foi uma comprovação – pra gente – de que somos capazes de fazer. E que vai ter que fazer daqui pra frente. Estamos bem dentro da realidade, não só pelo conteúdo, mas pela forma como fizemos a série. E sou muito orgulhoso disso.”

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Por que Decotelli caiu e Salles continua?

Após dez dias no cargo, em 2006, a ministra Cecilia Stegö Chilò renunciou. Ministro da Cultura na Suécia por esse breve período, ela teve que sair porque deixou de pagar direitos trabalhistas para empregados domésticos. A rápida demissão mostra como as coisas funcionam em um país que resolveu problemas de fraude eleitoral no início do século XX. Não somos – nem precisamos ser – como os suecos. Mas por que o caso de Carlos Alberto Decotelli, autointitulado ministro da Educação por cinco dias, nos envergonha tanto?

Para entender isso, lembremos de Ricardo Salles (Partido Novo), ministro do Meio Ambiente. Sete anos antes de ser convidado para o ministério, Salles publicou um artigo na “Folha de S. Paulo” apresentando-se como mestre em Direito Público pela Universidade de Yale. Sustentou a informação até o início de 2019, quando Yale negou que Salles tenha cursado qualquer coisa por lá. O ministro disse que foi “equívoco da assessoria”. Seu partido não reclamou e o governo seguiu como sempre.

Esse caso é tão grave quanto o de Decotelli, que se apresentava como “Doutor” pela Universidade de Rosário sem sê-lo.

Caso Salles tivesse saído após a divulgação da mentira, poderíamos dizer que o Brasil tem um padrão sueco de ética política. Ainda que políticos corruptos sejam escolhidos para compor o ministério, o dano reputacional pela fraude é suficiente para forçar a demissão. Recentemente, só o caso de Decotelli se encaixou nessa lógica.

Talvez o fato de o quase-doutor pleitear o ministério da Educação tenha sido relevante. Mentiras acadêmicas no Meio Ambiente podem ter um peso menor para a reputação do político. Salles também pertence a partido político desde 2006 – PFL/DEM de 2006 a 2018, e depois o Partido Novo – ao contrário de Decotelli.

Ricardo Salles é branco e não se pode descartar que racismo faça com que um político negro tenha que cumprir um padrão ético mais restrito do que brancos. Decotelli nunca havia ocupado cargo público, ao contrário de Salles, que foi secretário do Meio Ambiente em São Paulo.

No fim das contas, Decotelli deu azar. Toleramos fraudes de ministros, sim, desde que eles tenham organizações e experiência que os banquem.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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Senado aprova texto principal do projeto da Lei das Fake News

Em uma votação acirrada, o Senado Federal aprovou nesta terça-feira um projeto de lei para limitar a produção e disseminação de fake news. A proposta teve 44 votos favoráveis e 32 contra, e segue agora para a Câmara dos Deputados.

Entre outros pontos, o texto exige a rastreabilidade de mensagens enviadas por aplicativos a mais de mil usuários, identificação de conteúdos impulsionados e sanções às plataformas que descumprirem a lei. A proposta foi chamada de Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.

Desde que foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES), o projeto sofreu diversas alterações. Ao todo, foram apresentadas 152 emendas.

Um dos pontos que causou mais controvérsia na versão final do texto é o que prevê que aplicativos como WhatsApp e Telegram guardem as informações de mensagens enviadas por mais de 5 pessoas em um período de 15 dias, alcançando um mínimo de mil pessoas, a “rastreabilidade”.

As plataformas criticam essas exigências e argumentam que ela impactaria a privacidade dos usuários.

— A criptografia permanecerá intocada. Também não estaremos criando nenhum ambiente de vigilância, pois o acesso a essa cadeia de encaminhamentos só será permitido por ordem judicial para a finalidade de investigação criminal e conforme os critérios já estabelecidos no Marco Civil da Internet — argumentou o relator Ângelo Coronel (PSD-BA).

No texto final, Coronel manteve os artigos que preveem que as operadoras de telefonia validem o CPF dos usuários de chip pré-pago e que obrigam os aplicativos de mensagem a suspender as contas cujos números forem desabilitados. Segundo o senador, a intenção é evitar a criação de perfis falsos.

— Nesse ponto não há captura em massa de informações dos usuários, como tem sido dito por alguns. O que se busca não é diferente do que se exige hoje para aplicativos de compras on-line, por exemplo — afirmou.

A proposta exige ainda que os provedores de redes sociais identifiquem todos os conteúdos impulsionados e publicitários, inclusive os eleitorais. Especialistas consideram a medida positiva e afirmam que ela facilitará a identificação de pessoas que produzem conteúdo falso.

No relatório aprovado, também há regras sobre publicidade da Administração Pública nas redes sociais, exclusão de conteúdo e autorregulação.

Principais pontos do projeto

Cadastro

Operadoras são obrigadas a validar o cadastro de quem tem conta de telefone, impedindo o uso de documentos falsos

Rastreamento de mensagens

Obriga a rede social a rastrear mensagens distribuídas por mais de 5 pessoas em um período de 15 dias, alcançando um mínimo de 1000 pessoas. As plataformas são contra esse ponto e argumentam que a exigência é suscetível a abusos e afetaria também a segurança e criptografia de ponta a ponta.

Banco de dados

Obriga empresas que funcionam no Brasil a cederem acesso a bancos de dados no exterior; hoje, muitas negam esse acesso na Justiça.

Administração pública

Entes da administração pública que anunciarem em sites deverão divulgar em portais de transparência o valor do contrato, os dados da empresa, o conteúdo da campanha e o mecanismo de distribuição do recurso, para evitar anúncios em sites do conteúdo considerado falso ou inadequado

Cancelamento de contas

Quando um número for cancelado por uma operadora de telefone, os serviços de mensagens serão obrigados a cancelar a conta correspondente.

Exclusão de conteúdo

A rede social deve disponibilizar contraditório e direito de defesa ao usuário caso uma postagem seja considerada inadequada. Postagens podem ser apagadas imediatamente apenas em casos graves, como no caso de pornografia infantil, conteúdo enganoso ou incitação à violência.

Conselho

Para acompanhar as medidas previstas na lei, o projeto determina a criação do Conselho de Transparência e Responsabilidade na Internet. Serão 19 conselheiros entre membros do Congresso, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público e representantes da sociedade civil.

Autorregulação

Os provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada poderão criar instituição de autorregulação. Ela será a responsável por cuidar das regras e procedimentos e será certificada pelo Conselho de Transparência e Responsabilidade na Internet. As plataformas reclamam que esse formato “gera risco evidente de indevida interferência do Poder Legislativo na livre iniciativa e liberdade econômica por meio do Conselho”.

Multa

A empresa que desrespeitar a lei pode sofrer multa de até 10% do faturamento do grupo econômico no Brasil no seu último exercício.

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Brasil tem 1.271 óbitos por covid-19 em 24h e total se aproxima de 60 mil

O Brasil tem 59.656 mortes e 1.408.485 casos confirmados de covid-19. Os dados são do consórcio de imprensa, que reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

O balanço, divulgado nesta terça-feira, 30, foi atualizado às 20 horas. É contabilizado com base nas informações das 27 secretarias de saúde estaduais.

Em 24 horas foram registrados 1.271 óbitos e 37.997 testes reagentes para o SARS-CoV-2.

Após dois dias, o Brasil voltou a confirmar mais de mil mortes no período de um dia. É país o que mais registrou vítimas em 24 horas em todo o mundo. Logo depois está a Índia, com 506 óbitos, de acordo com a plataforma Worldmeters.

Há 45 dias o Brasil está sem ministro da Saúde. Eduardo Pazuello está na função de forma interina. Em meio à crise sanitária, o presidente Jair Bolsonaro demitiu dois ministros por discordâncias na condução de políticas de saúde.

Cidade de São Paulo tem queda de mortes

Um balanço feito pelo governo de São Paulo mostra que a capital paulista teve uma redução de 17% no número de novas mortes causadas pela covid-19 nos últimos sete dias, de 23 a 29 de junho. A comparação é feita com a semana anterior, de 16 a 22 de junho.

Segundo os dados, nos últimos sete dias a capital registrou 622 óbitos pela doença, contra 752 na semana anterior.

PR volta a fechar comércio

O governo do Paraná publicou um decreto no fim da tarde desta terça-feira, 30, determinando o fechamento dos serviços considerados não essenciais como medida de combate ao avanço da covid-19. Em um mês, os as mortes por covid-19 cresceram 335%.

A partir do dia 1º de julho, só podem abrir estabelecimentos como supermercados, farmácias e postos de gasolina. A regra é válida em 134 cidades do estado que concentram 75% das infecções, incluindo a capital, Curitiba, e Londrina, a segunda maior do estado.

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Paraná volta a fechar comércio após aumento de 335% em mortes por covid-19

O governo do Paraná publicou um decreto no fim da tarde desta terça-feira, 30, determinando o fechamento dos serviços considerados não essenciais como medida de combate ao avanço da covid-19.

A partir do dia 1º de julho, só podem abrir estabelecimentos como supermercados, farmácias e postos de gasolina. A regra é válida em 134 cidades do estado que concentram 75% das infecções, incluindo a capital, Curitiba, e Londrina, a segunda maior do estado.

Abertos desde o fim de maio, voltam a fechar comércio de rua e shoppings. A regra se aplica também para galerias comerciais, feiras livres, salões de beleza, barbearias, clínicas de estética, academias, bares, clubes e casas noturnas. Restaurantes e lanchonetes poderão atender somente no sistema drive-thru, delivery ou take away (retirada no balcão).

O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) justificou a medida, que tem duração de 14 dias, com o objetivo de frear o aumento no número de casos de covid-19 nestes municípios e para evitar um colapso no sistema de saúde.

No começo de junho, o Paraná tinha 4.835 casos confirmados de SARS-CoV-2 e agora tem 22.623, um crescimento de 468%. No dia 1º de junho o estado registrava 190 mortes e agora tem 636, um aumento de 335%. Somente nesta terça-feira, 30, o estado registrou o recorde no número de casos diários, 1.536, segundo a Secretaria de Saúde.

A capital Curitiba registrou um dos piores índices, com um aumento de 4 vezes no número de casos em um mês, passando de 1.005 para 4.115. As mortes saltaram de 49 para 145, também no período de 30 dias. A taxa de ocupação de leitos de UTI, que chegou a ficar em 30% em abril, está em 78%, com 53 leitos disponíveis.

Por meio de nota, a prefeitura de Curitiba disse que ainda hoje deve publicar um decreto local regulamentando as restrições e acatando as decisões do estado.

Lockdown é uma possibilidade

O governador Ratinho Junior reforçou que a medida ainda não é um lockdown, mas não descartou a possibilidade.

“Temos feito tudo o que está ao nosso alcance desde o começo da pandemia. Reforçamos a estrutura de atendimento, contratamos mais profissionais, compramos equipamentos, mas isso tudo é finito. Nesse momento de curva mais ascendente, e diante do inverno, temos que reativar o isolamento social para que esse sistema não colapse“, disse ele em entrevista coletiva nesta terça-feira.

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Mais de 1 milhão de contribuintes ainda não entregaram a declaração do IR

Faltando pouco mais de quatro horas para o fim do prazo, cerca de 1 milhão de declarações de imposto de renda ainda não foram entregues à Receita Federal. Ao longo do dia, têm sido enviados cerca de 264.000 documentos ao órgão por hora – se essa média for mantida, todas as declarações deverão ser endereçadas dentro do prazo.

“É bom lembrar que o programa continuará disponível normalmente e que os contribuintes poderão fazer suas declarações. A diferença é que terão de pagar multa”, explica José Barroso Tostes Neto, secretário especial da Receita Federal, em conversa com jornalistas, nesta terça-feira à noite.

Segundo Tostes, os contribuintes que precisarem fazer retificação da declaração poderão fazer os ajustes e enviar os documentos virtualmente, sem precisar ir à Receita. Essa opção estará disponível pelo portal e-Cac. Para fazer essa remessa, o contribuinte precisará ter certificado digital ou gerar um código a partir do número da declaração do imposto de renda.

A estimativa é que mais de 19 milhões de pessoas tenham imposto a receber, o que, em valores, deve significar mais de 24 bilhões de reais. Outros 6 bilhões de contribuintes terão que pagar imposto em um montante equivalente a 19,6 bilhões de reais.

Fonte: Receita Federal

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Justiça derruba decisão que obriga Bolsonaro a usar máscaras em público

A desembargadora Danielle Maranhão Costa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), sediado em Brasília, anulou hoje (30) a decisão que impôs ao presidente Jair Bolsonaro o uso obrigatório de máscara em espaços públicos do Distrito Federal durante a pandemia do novo coronavírus.

Na decisão, motivada por um recurso da Advocacia-Geral da União (AGU), a desembargadora afirmou que um decreto do Distrito Federal já obrigou o uso de máscara de proteção nas ruas e não cabe ao Judiciário interferir na questão.

“Assim, reconheço ausência de necessidade de ajuizamento da ação de origem para a finalidade de compelir os cidadãos ao uso de máscaras, independentemente do posto que ocupem na Administração do Estado”, decidiu a magistrada.

A decisão derrubada foi proferida pelo juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, a partir de uma ação popular protocolada por um advogado.

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Descobertas “sinistras” sobre o TikTok: o app da moda espiona você?

O banimento da rede social de vídeos TikTok na Índia nesta segunda-feira, 29, foi mais um dos recentes episódios de acusações de segurança contra o app chinês, uma das grandes sensações dos últimos meses no Brasil e no mundo e que já chegou a mais de 2 bilhões de downloads.

Além do TikTok, a Índia proibiu ontem outras dezenas de aplicativos chineses, como o WeChat, em meio a tensões geopolíticas entre os dois países. Ao todo, foram 59 apps banidos.

Ao justificar a ação, o governo indiano também citou questões de segurança. Em nota, o Ministério da Tecnologia da Informação disse que os apps eram “prejudiciais à soberania e integridade da Índia, defesa da Índia, segurança do estado e ordem pública”. O Ministério diz ainda que recebeu “muitas reclamações de fontes variadas” sobre apps que estariam “transmitindo informações de usuários” sem sua autorização.

No domingo, 28, artigo do consultor de tecnologia Enrique Dans na revista americana Forbes relembrou acusações contra o app chinês e eventuais problemas de segurança e disse que “por trás de seu exterior divertido está um propósito sinistro”. O artigo vem depois que, na semana passada, uma acusação contra o TikTok surgiu com a atualização do sistema de segurança do iOS 14, novo sistema operacional da Apple para 2020, que avisa o usuário quando o programa que está usando copiou algo.

Nas redes sociais, circularam imagens de que o TikTok estaria copiando palavras digitadas no celular. O TikTok respondeu à Forbes que a função foi criada para identificar comportamento repetitivo e que uma nova versão do app foi enviada à Apple para eliminar potenciais confusões.

Após a denúncia contra o TikTok, mais de 50 apps também foram pegos fazendo o mesmo tipo de cópia no iOS, segundo o especialista Tommy Mysk, o que pode não ter sido intencional — inclusive nomes como os jornais The New York Times e Wall Street Journal ou o aplicativo de clima AccuWeather.

Nos últimos meses, outras acusações contra problemas de segurança do TikTok também surgiram, sobretudo no Ocidente. As Forças Armadas americanas já proibiram seus funcionários de usarem o app, como uma ameaça à segurança nacional. O próprio governo dos Estados Unidos também disse estar investigando o aplicativo.

Outra investigação, da empresa de cibersegurança Check Point, de Israel, disse que o app têm vulnerabilidades e problemas de segurança. O presidente do fórum Reddit, Steve Huffman, chamou o TikTok de um “app fundamentalmente parasita que está sempre ouvindo”.

Na outra ponta, como mostra o caso da Índia, é impossível não envolver questões de geopolítica nas discussões. A Huawei, outra empresa chinesa, também é constantemente criticada por rivais da China no Ocidente e acusada de usar sua tecnologia para espionar usuários e países.

As acusações contra a Huawei já levaram à prisão da herdeira da empresa no Canadá e fizeram o presidente americano, Donald Trump, pedir a aliados, como os países europeus e o Brasil, que não aceitem a infraestrutura de 5G da Huawei (no Reino Unido, que considerava contar com a empresa chinesa na instalação do 5G mesmo após o pedido de Trump, o caso está em estudo).

Um investidor da ByteDance, controladora do TikTok, disse à EXAME que as investidas contra o app se baseiam nas mesmas questões geopolíticas dos últimos anos, como um embate entre antigas e novas empresas de tecnologia e um “sentimento anti-chinês”.

Empresas de tecnologia do outro lado do mundo, nos Estados Unidos, também já foram acusadas de possuir dados demais sobre usuários e de uma possível espionagem. Um dos ápices foi o episódio da Cambridge Analytica, em que dados de mais de 80 milhões de usuários do Facebook e do Twitter chegaram às mãos de uma consultoria política que usou as informações para tentar influenciar o referendo do Brexit, no Reino Unido, e as eleições presidenciais americanas que elegeram Donald Trump, ambos em 2016, como mostra reportagem da última edição da EXAME.

Para além das questões de segurança, o TikTok é acusado de praticar censura para seguir a linha do governo chinês, onde fica a ByteDance. Durante os protestos de Hong Kong, relatos nas redes sociais acusaram o TikTok de estar censurando postagens sobre os protestos e não mostrando as imagens quando termos relacionados a Hong Kong eram procurados — os protestos na ilha, que é território autônomo da China, desagradam ao governo central chinês em Pequim.

Startup mais valiosa do mundo

Fundada em 2012, a ByteDance é a startup mais valiosa do mundo, sobretudo graças ao TikTok, mas também opera outras frentes com foco em inteligência artificial — é essa tecnologia que atualiza feeds de redes sociais com base nas preferências do usuário. A companhia terminou o ano valendo 75 bilhões de dólares, segundo ranking calculado pela empresa de inteligência CB Insights, valor obtido após sua última rodada de investimentos, há dois anos.

agência Bloomberg publicou que, segundo fontes no mercado privado, o valor de mercado da empresa pode ter subido mais de um terço, para mais de 100 bilhões de dólares. O faturamento da ByteDance também saltou de 7 bilhões em 2018 para 17 bilhões em 2019, com lucro de 3 bilhões de dólares, ainda segundo a Bloomberg.

Em 2019, o TikTok foi o terceiro app mais baixado do mundo, e soma mais de 800 milhões de usuários ativos. Em 2020, vem se mostrando resiliente mesmo em meio à crise do coronavírus, tendo aberto milhares de vagas de trabalho e com alta em número de usuários, segundo projeções de consultorias.

Só nos Estados Unidos, o número de usuários únicos usando a ferramenta foi de 27 milhões em outubro de 2019 para 52,2 milhões de pessoas em março de 2020, uma alta de 94%, segundo dados da empresa especializada em métricas digitais Comscore.

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XP compra fintech para entrar no mercado de antecipação de recebíveis

A XP Investimentos está colocando o pé no mercado de recebíveis. Sem informar o valor, anunciou hoje que comprou o controle da Antecipa, uma plataforma de digital de antecipação de recebíveis, fundada por Camilo Telles e Michel Borges em 2015. Apesar da posição de controle, os sócios originais terão independência para tocar o negócio. Trata-se do primeiro negócio da XP nesse segmento.

O foco da Antecipa, que tem sede na Bahia, é auxiliar grandes companhias a antecipar recebíveis da sua cadeia de fornecedores. Em outubro do ano passado, a fintech recebeu um aporte de 4,5 milhões de reais liderado pelo fundo Redpoint eventures. A companhia acumulava, então, operações de mais de 120 milhões reais e tinha planos ambiciosos após o aporte.

A ideia, com a transação, é dar acesso total a Telles e Borges à base de clientes da plataforma XP para acelerar o crescimento do negócio. Logo após o aporte de 2019, Telles contou à EXAME que o plano era chegar a 10 mil clientes no primeiro semestre deste ano e a 100 mil em dois anos.

O objetivo do modelo desenvolvido pela Antecipa é integrar financeiramente grandes companhias e seus fornecedores. As empresas de grande porte podem ter ganho financiando seus fornecedores – por meio da antecipação de recebíveis com retorno interessante – e, ao mesmo tempo, manter sua cadeia de abastecimento de produtos e serviços saudável.

Ao eliminar o banco da transação, a Antecipa divide a fatia que antes ficava com a instituição entre as duas partes – retorno para o comprador e desconto menor para o fornecedor. O sistema é baseado em um algoritmo próprio e a taxa de desconto é estabelecida a cada transação. A operação ainda depende de aprovação do Banco Central (BC).

A XP entende que, mesmo um mercado que tem participação de grandes players, há oportunidades de melhoria de eficiência. No comuniado ao mercado sobre o negócio, Bruno Constantino, diretor financeiro da da XP Inc destacou que o atual cenário econômico torna esse mercado ainda mais relevante, pois as empresas estão precisando minimizar custos e apoiar os seus fornecedores.

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O CV fajuto de Decotelli, uma tremenda mancada da Abin

Na página oficial da Agência Brasileira de Inteligência lê-se o seguinte: “a Abin é um órgão da Presidência da República, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional, responsável por fornecer ao presidente da República e a seus ministros informações e análises estratégicas, oportunas e confiáveis, necessárias ao processo de decisão”. Portanto, a conclusão à qual chegamos após essa breve leitura é: os funcionários dessa agência deveriam ter investigado o currículo do então candidato a Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, antes que o presidente Jair Bolsonaro o escolhesse para frequentar a Esplanada dos Ministérios. Em bom português, foi uma tremenda mancada – e a culpa é exclusivamente da Abin.

Não é a primeira vez que o órgão fica exposto a trapalhadas. Houve outros ministros com incongruências em seus currículos, incluindo antecessores do atual titular da Educação, mas nenhum caso dessa magnitude, com doutorado e pós-doutorado inexistentes e uma acusação de plágio na tese de mestrado. Tudo isso já seria ruim em qualquer pasta, mas ganha outra grandeza quando aterrissa no colo do ministro da Educação, que deveria servir de exemplo para todos os professores do país. Se o ministro, que seria a autoridade máxima no ensino, é pego numa mentira sobre seu passado acadêmico, a porta estaria escancarada para que todos os profissionais do ramo pudessem faltar com a verdade em suas peças de currículo.

Como pode a Abin expor o presidente da República a este tipo de vexame?

Bem, desde os tempos em que a Abin era conhecida por Serviço Nacional de Informações (SNI), há histórias em que seus servidores metem os pés pelas mãos. Em 1974, por exemplo, o SNI conduziu um profundo estudo sobre as eleições parlamentares daquele ano. Segundo o livro “A Ditadura Derrotada”, de Elio Gaspari, as previsões eram de vitórias da Arena sobre o MDB no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, a previsão era de 14 x 7; em São Paulo, 32 a 17. Nos dois casos, o vencedor seria o partido do governo. Abertas as urnas, entretanto, o que se viu foi o contrário. As eleições fluminenses mostraram uma vitória da oposição em 18 a 8 e as paulistas apontaram 30 a 16 para o antigo Manda Brasa.

Gaspari mostra o que ocorreu no Day After das eleições daquele ano: “Na segunda-feira, dia 18, saíram do SNI e chegaram a[o presidente Ernesto] Geisel três análises do resultado eleitoral. Diferentes e conflitantes, refletiam a um só tempo a perplexidade dos hierarcas e a anarquia instalada no Serviço”.

Há um elo a unir esses dois embustes, separados na história por 46 anos. Ambos foram cometidos por burocratas que queriam agradar seus superiores e não fizeram seu trabalho de forma correta. Geisel vai ficar feliz se a Arena ganhar? Elabore-se um relatório que diga isso. Bolsonaro está contente com sua escolha para o ministério? Escreva-se uma avaliação sem grandes compromissos, apenas para constar.

No caso de Decotelli, há apenas duas alternativas para explicar a falta de atuação da agência junto à presidência. Ou a Abin sabia dos itens anabolizados do ministro ou simplesmente não tinha conhecimento. Qualquer uma das alternativas mostra uma incompetência arrepiante – ou, na melhor das hipóteses, uma capacidade de adulação pueril ao presidente, que nada combina com o avanço tecnológico da sociedade e a capacidade da imprensa em descortinar os podres de quem compõe o primeiro escalão do governo.

Tem-se a impressão, quando se observa esse tipo de coisa, de que não há na estrutura do poder alguém preocupado com pequenos detalhes com potencial para causar problemas de imagem – como a simples checagem do CV de um candidato a ministro.

Por hipótese, essa seria a função da Abin, que responde ao Gabinete de Segurança Institucional, cujo ministro responsável é o general Augusto Heleno Pereira. Mas o desgaste envolvendo o nome de Decotelli não mina apenas Heleno, mas todo o grupo militar dentro do governo. Isso ocorre justamente quando os generais tinham vencido a batalha na indicação para o Ministério responsável pelo ensino. O lado derrotado, liderado pelo escritor Olavo de Carvalho, responsável pelas duas indicações anteriores, continua a se mexer para inviabilizar a posse do novo nome.

A cerimônia, por sinal, estava marcada para às 16:00 de hoje e foi adiada. Mas tudo indica que Decotelli terá sua nomeação confirmada (ontem à noite, começou uma declaração dizendo “sou ministro” e Bolsonaro minimizou o incidente). Qualquer que seja o desfecho deste acontecimento, no entanto, uma coisa é certa. Os militares saem desse caso mais desgastados do que entraram, com o general Augusto Heleno à frente. Algo lamentável, especialmente quando o atrito poderia ser evitado se um único burocrata na Abin tivesse feito seu trabalho, usando o Google e disparando dois ou três telefonemas. Tarefa que até uma criança poderia desempenhar com rapidez e eficiência.

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Último dia para declarar o IR; saneamento em foco e tudo para ler hoje

Leia as principais notícias desta terça-feira (30) para começar o dia bem informado:

As quentes do dia

Hoje é o último dia para declarar o IR 2020: ainda faltam 5 milhões
Para não perder o prazo e pagar multa, o melhor a fazer é entregar a declaração incompleta e fazer uma retificação em seguida

O que acontece se você não declarar o Imposto de Renda 2020
Prazo para entrega da declaração à Receita termina nesta terça-feira (30)

Caso Marielle: Polícia Civil cumpre mandados e tem nova pista no Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre quatro mandados de prisão no Rio em um desdobramento do Caso Marielle

Câmara finaliza votação para financiar salários de PMEs
Um levantamento do Sebrae com a FGV revelou que apenas 16% das 6,7 milhões empresas receberam aportes na pandemia do coronavírus

OIT publica novo relatório sobre o impacto da pandemia nos empregos
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o equivalente a 135 milhões de empregos foram perdidos no primeiro trimestre — mas o pior está por vir

Falta de saneamento básico reflete desigualdades do Brasil e afeta saúde
Dados levantados pela EXAME mostram o tamanho da variação entre os estados em uma das áreas de maior carência do país

Mundo está de olho no saneamento do Brasil, diz CEO da BRK Ambiental
Teresa Vernaglia, presidente da BRK Ambiental, diz que setor é uma das maiores oportunidades do mundo em infraestrutura, mas precisa de regras claras

De construção à indústria química: oportunidades do marco do saneamento
Segundo empresas consultadas pela EXAME, as novas regras e metas para tratamento de água e esgoto podem trazer aumento da demanda já no curto prazo

Cientistas debatem: um asteroide pode colidir com a Terra?
Eventos online no mundo inteiro lembram o maior impacto causado por um corpo celeste na Terra na história moderna

Enquete sobre nova data para o Enem termina hoje; veja como votar
Enquete vai definir a melhor data para as provas do Enem que foram adiadas devido à pandemia do novo coronavírus

Receita paga maior lote de restituição da história nesta terça-feira 
O crédito será depositado para 3.306.644 contribuintes e terá valor de R$ 5,7 bilhões

PIS/Pasep 2020: pagamento do abono salarial começa nesta terça-feira
Os valores para cada trabalhador variam de R$ 88 a R$ 1.045, de acordo com a quantidade de dias trabalhados em 2019

Termina pagamento da 3ª parcela dos R$ 600 para Bolsa Família
A estimativa do governo é que 19,2 milhões de beneficiários do programa receberam o auxílio emergencial

Auxílio emergencial começa a ser pago para nascidos em março e abril
Caixa começa a pagar nesta terça-feira (30) parcelas do benefício para trabalhadores do 1º, 2º e 4º lote

Política e mundo

Datafolha: 52% da população desaprova reabertura de comércio na pandemia
Segundo a pesquisa, 42% acham que os chefes dos Executivos locais agem bem na retomada das atividades. Entre o empresariado a situação se inverte

Saúde anuncia aquisição de medicamentos em falta para entubação
Pasta definiu três frentes para lidar com o cenário de desabastecimento de itens importantes no tratamento de pacientes com covid-19 em estado grave

Bolsonaro sanciona lei que prevê ajuda de R$ 600 para artistas informais
Pacote de R$ 3 bilhões vai para estados e municípios e será repassado aos trabalhadores que perderam a renda na crise

Após posse adiada, Bolsonaro diz que Decotelli tem capacidade para o cargo
Presidente reconheceu inadequações no currículo do cotado para o Ministério da Educação, mas disse que novo ministro não quer ser “um problema”

Em 1º depoimento, Queiroz diz que desconhece vazamento de investigação
Ex-assessor foi ouvido como testemunha no caso das “rachadinhas” e disse que pediu demissão do cargo na Alerj por vontade própria

China aprova polêmica lei de segurança para Hong Kong
“Isto representa o fim de Hong Kong como era conhecido em todo o mundo”, disse um dos líderes do movimento pró-democracia Hong Kong

Novos surtos de coronavírus na Alemanha atingem os mais pobres
Medidas restritivas foram prorrogadas por mais uma semana no único distrito que registrou mais de 50 infecções semanais para cada 100 mil habitantes

Enquanto você desligou…

Startup de venda de carros Carflix recebe investimento de R$ 15 milhões
Rodada série A foi liderada pelo BV; empresa planeja utilizar o capital para investir em tecnologia e iniciar expansão para outras cidades

Capes prorroga inscrições para 75 mil vagas em cursos à distância
Os conteúdos dos cursos foram revisados e atualizados por especialistas de cada área. Todos têm duração de 60 horas e são certificados pela Capes

China identifica novo vírus e acende alerta para mais uma pandemia
Novo vírus é uma variação de um patógeno descoberto ainda em 2016 e tem alto potencial epidêmico. Pesquisadores pedem ações imediatas

Brasil tem 727 mortes por covid-19 em 24h; total é 58.385, diz consórcio
O país tem quase 1,4 milhões de pessoas infectadas pelo coronavírus. No mundo, já são mais de 10 milhões de casos

Ecorodovias eleva lucro e receita no 1º tri, mesmo com efeitos da covid-19
A companhia, responsável entre outros pelo Sistema Anchieta-Imigrantes, reportou lucro líquido de 103,3 milhões de reais para o período, alta de 23%

BTG capta R$ 2,65 bi para acelerar varejo e atacado ao mesmo tempo
Unit sai a R$ 74,40 cada e banco poderá fazer expansão do varejo sem mudar plano para ampliar carteira de crédito

Novo vírus da gripe encontrado em porcos tem potencial de gerar pandemia
Vírus parece ser capaz de infectar pessoas, embora os porcos sejam os hospedeiros, dizem pesquisadores chineses

China suspende importações de 3 produtores de carne do Brasil
O Ministério da Agricultura não informou quais fábricas foram suspensas, mas citou preocupações de Pequim em conter um novo surto da epidemia de covid-19

Agenda

Nesta terça-feira (30), no Brasil será publicado um dos principais indicadores da economia no país, a taxa de desemprego, que mede a porcentagem da força de trabalho total que está desempregada.

Na Europa também tem a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a evolução dos preços de bens e serviços, excluindo alimentos e energia. O IPC calcula variações de preços a partir da perspectiva do consumidor. É uma maneira fundamental de medir mudanças nas tendências de compra e a inflação na região.

Tanto nos Estados Unidos quanto na China o será divulgado o Índice de Atividade Industrial (PMI) referente ao mês de junho, que libera os dados da produção industrial no período, assim como no acumulado do ano. Esse é um dos principais indicadores da economia das regiões e oferece perspectivas sobre a força do setor manufatureiro, os empregos na área, os salários e a renda dos trabalhadores.

Live

18h – 2020 não terminou: investimentos para o segundo semestre

Aline Cardoso, gestora da Trafalgar Investimentos, e Sara Delfim, gestora da Dahlia Capital, discute com Juliana Machado, da Exame Research. Veja aqui.

Frase do dia

“Aqueles últimos 10% de esforço demandam a mesma energia dos primeiros 90%.” – Rob Kalin

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Hoje é o último dia para declarar o IR 2020: ainda faltam 5 milhões

Hoje é o último dia para a entrega do imposto de renda para a Receita Federal. Cerca de 5 milhões dos 32 milhões de documentos esperados pela Receita ainda não foram entregues, de acordo com o último boletim. Aqueles que perderem o prazo estão sujeitos a pagar uma multa de, no mínimo, 165,74 reais e, no máximo, de 20% do imposto devido.

Para não perder o prazo e pagar multa, o melhor a fazer é entregar a declaração incompleta e fazer uma retificação em seguida. “Diferentemente do que muitos pensam, a entrega desta forma não significa que a declaração irá automaticamente para a malha fina”, diz Richard Domingos, diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, em nota. O prazo para retificar a declaração é de cinco anos. “Mas é importante que o contribuinte realize o processo rapidamente, para não correr o risco de ficar na malha fina.”

Devem declarar IR as pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis acima de 28.559,70 de reais em 2019; contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a 40 mil reais no ano passado; e quem obteve, em qualquer mês de 2019, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas.

Além disso, precisa declarar quem teve, em 2019, receita bruta superior a 142.798,50 reais em atividade rural; quem tinha, até 31 de dezembro de 2019, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, cujo valor supera 300 mil reais ou quem passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês do ano passado e assim permaneceu até 31 de dezembro de 2019. Também deve declarar quem optou pela isenção do imposto incidente na venda de imóveis residenciais já que o valor foi aplicado na aquisição de outros imóveis residenciais, no prazo de 180 dias, contado da celebração do contrato de venda.

Dentre as principais mudanças na declaração deste ano, está a alteração no início do período de restituição. Ao todo, serão cinco lotes – e não sete como no ano anterior. O primeiro pagamento aconteceu no dia 29 de maio e o segundo lote está previsto para esta terça-feira, 30. Já o terceiro será no dia 31 de julho, o quarto em 31 de agosto e o quinto em 30 de setembro.

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Termina pagamento da 3ª parcela dos R$ 600 para Bolsa Família

Caixa finaliza nesta terça-feira, 30, o pagamento da terceira parcela do auxílio emergencial no valor de 600 reais para o Bolsa Família.

Os últimos beneficiários a receber o dinheiro são as pessoas inscritas no programa, cujo último dígito do Número de Identificação Social (NIS) é igual a 0. 

A estimativa do governo é que 19,2 milhões de beneficiários do programa receberam o auxílio emergencial.

O pagamento do auxílio aos inscritos no Bolsa Família é feito automaticamente, ou seja, os beneficiários não precisaram se cadastrar no programa. Entretanto, só recebe o auxílio emergencial se o valor for maior do que o creditado pelo Bolsa Família.

Outros beneficiários 

A Caixa iniciou no sábado, 27, o pagamento da terceira parcela do auxílio emergencial  para os beneficiários que receberam a primeira parcela até o dia 30 de abril e não fazem parte do calendário do Bolsa Família. Esta terceira etapa será realizada de acordo com calendário já publicado. No total, a Caixa disponibilizará mais R$ 19,7 bilhões para 31 milhões de pessoas.

A Caixa também iniciou o pagamento de novo lote da segunda parcela do Auxílio Emergencial. São 8,7 milhões de beneficiários, do lote 2 (crédito da parcela 1 realizado entre 16/05 e 29/05), que receberão um montante de R$ 5,5 bilhões em benefícios. O banco creditará o quarto lote da parcela 1 do Auxílio Emergencial para 1,1 milhão de beneficiários.

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Enquete sobre nova data para o Enem termina hoje; veja como votar

Estudantes inscritos na edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm até hoje (30) para votar na enquete que vai definir a melhor data para a realização das provas que foram adiadas devido à pandemia do novo coronavírus.

A consulta está disponível na Página do Participante, com três as opções de datas:

1- Enem impresso: 6 e 13 de dezembro de 2020 / Enem Digital: 10 e 17 de janeiro de 2021;
2 – Enem impresso: 10 e 17 de janeiro de 2021 / Enem Digital: 24 e 31 de janeiro de 2021 ou
3- Enem impresso: 2 e 9 de maio de 2021 / Enem Digital: 16 e 23 de maio de 2021.

Os inscritos que desejarem contribuir com uma das três sugestões deverão seguir o passo a passo:

  • Acessar a Página do Participante
  • Fazer o login (CPF e senha) no portal gov.br
  • Clicar em enquete
  • Escolher a opção com a data desejada
  • Clicar em “enviar” para confirmar. Finalizado o processo, a contribuição será computada.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alerta que as informações a respeito do Enem 2020 podem ser acompanhadas no portal do Ministério da Educação (MEC), assim como nas redes sociais oficiais dos dois órgãos do governo federal. Dúvidas relativas ao processo de inscrição podem ser sanadas pelo Fale Conosco, por meio do autoatendimento online ou do 0800 616161 (somente chamadas de telefone fixo).

Números

A edição 2020 do Enem tem 5,8 milhões de inscritos, 13,5% a mais que na edição de 2019. Do total, 65,6% terminaram o ensino médio em anos anteriores, mais da metade têm mais de 20 anos de idade e 60% são mulheres. No recorte por cor, 47% são pardos, 34,7% são brancos, 13,3% são pretos e 2,2% são amarelos.

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Nova aposta no delivery: menus degustação

Mesmo com o sinal verde para a retomada do atendimento presencial no horizonte, prevista para 6 de julho, os restaurantes de São Paulo não devem abrir mão do delivery tão cedo — mesmo aqueles que torciam o nariz para a ideia de despachar suas receitas sobre duas rodas. Isso porque é de esperar que boa parte da clientela, ainda ressabiada com o novo coronavírus, vá demorar para sair de casa para comer.

Fora que os estabelecimentos serão obrigados a limitar o número de frequentadores, para diminuir os riscos de contágio. Em outras palavras, mesmo com a retomada os faturamentos não voltarão aos patamares de antes da pandemia tão cedo. Daí a importância de continuar a investir no delivery.

Conhecido pelos menus degustação sofisticados, o restaurante Evvai, no Jardim Paulistano, decidiu replicá-los, dentro do possível, para viagem. O chef Luiz Filipe Souza, à frente também da pizzaria Evv.ita e da hamburgueria Fat Cow, elaborou uma sequência composta por sete receitas que marcaram os três anos do endereço italiano.

Batizado de Espresso Oriundi, o menu começa com uma bomba de vieira seguida de lagostim com morango, baunilha e tomate. Depois é a vez da pizza de beterraba com queijo do Marajó e pimenta de cheiro e, em seguida, do risoto de açafrão com folha de arroz, mandioca e tangerina.

A quinta etapa é a do ravióli de porcini com queijo cuesta, língua e melaço de cebola e a penúltima é a do magret de pato com tucupi e maçãs assadas e marinadas. De sobremesa, pão de mel de abelhas nativas.

Individual, o menu é entregue em uma caixa de papelão, cada receita em sua própria embalagem, e custa 271 reais. Uma folha de papel explica qual é a sequência recomendada pelo chef. Atenção: ele prepara poucos menus degustação para viagem a cada dia, que podem ser encomendados pelo iFood ou diretamente no Evvai: (11) 3062-1160. O cardápio à la carte segue disponível.

A chef Renata Vanzetto teve a mesma ideia. Em seu inventivo Ema, nos Jardins, ela agora prepara um menu degustação no jantar a R$ 330, para duas pessoas. É composto por dois snacks para comer com as mãos, os bolinhos de peixe de inspiração asiática com coentro e pimenta Sriracha e as bolinhas de queijo e tapioca cremosa com molho picante de goiabada.

Seguem-se duas entradas. A primeira delas, fixa, é o ceviche de pinha com leite de coco e chips de batata doce. Depois pode-se optar entre o sanduichinho de frango crocante com maionese rosa e picles de couve-flor ou a casquinha de siri cremosa com flocos de arroz.

Os pratos principais à escolha: fideuá cozido no caldo de camarão com lula e molho aïoli feito com a tinta do molusco ou costela desossada assada lentamente, acompanhada de purê de mandioquinha, farofa de polvilho e palha de batata.

De sobremesa, ou bolo de chocolate com brigadeiro mole ou banoffee, a irresistível torta inglesa de banana. Pedidos ou pelo iFood ou pelo WhatsApp do Ema, que também continua entregando os itens do menu tradicional: (11) 98232-7677.

Murakami: duo de atumPeu Reis/Divulgação

O Murakami, empreendimento nos Jardins aberto pelo chef Tsuyoshi Murakami no fim do ano passado, também se rendeu à ideia da sequência para viagem. Mas o sushiman não gostou muito da forma como a entrega estava sendo feito, por isso agora só por take away — combinar pelos telefones (11) 3064-8868 e (11) 97103-1186.

O menu degustação custa 300 reais e é composto por seis etapas, incluindo opções frias, quentes e sobremesa — o cardápio muda todo dia em função do que ele encontra de melhor nas peixarias.

Pelo mesmo valor ou por 100 reais a mais, caso o cliente prefira o wasabi fresco, ralado na hora do pedido, o restaurante também prepara para viagem uma seleção de sushis com 18 variedades (entre peixes, frutos do mar e ovas). Opções à la carte também seguem disponíveis.

Onde retirar: 

Evvai – Rua Joaquim Antunes 108, Jardim Paulistano, São Paulo.

Ema – Rua Bela Cintra, 1.551 – Jardins, São Paulo

Murakami – Alameda Lorena, 1186, Jardim Paulista, São Paulo.

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Caso Marielle: Polícia Civil cumpre mandados e tem nova pista no Rio

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ) deflagraram, na manhã desta terça-feira, uma operação contra o principal grupo de matadores de aluguel do Rio: o Escritório do Crime. Agentes cumprem dois mandados de prisão contra os chefes do bando, além de 20 de busca e apreensão em vários pontos da cidade. Alguns locais são residências de três ex-PMs e de um policial inativo. O principal alvo é Leonardo Gouvea da Silva, o Mad, substituto do ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, à frente da organização criminosa.

Mad foi preso na casa dele, de dois andares, na Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio. A prisão dele foi anunciada pelo titular da Delegacia de Homicídios, Daniel Rosa, que leu os direitos do preso. Ele estava dormindo no andar superior com a mulher. Ao ser abordado, Mad perguntou se havia um mandado de busca e apreensão.

– Tudo aqui é dentro da lei – disse Rosa, mostrando os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Mad.

O preso foi logo se justificando, sem que fosse perguntado:

– Não tenho nada com a morte da Marielle – respondeu para o delegado e para a coordenadora do Gaeco, Simone Sibilio.

Meses antes de ser morto em 9 de fevereiro deste ano, em Esplanada, no interior da Bahia, Adriano, criador do Escritório do Crime, resolveu se dedicar mais à exploração da milícia de Rio das Pedras e da Muzema, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio. Ele passou a chefia da organização criminosa para as mãos de Mad, seu amigo de infância, portanto, de total confiança do ex-PM. Mad ficou encarregado de arregimentar mais ex-policiais para o grupo e a negociar as “encomendas” com chefes da contravenção. O ex-capitão do Bope virou, então, conselheiro da facção de pistoleiros de aluguel, embora suas decisões ainda fossem seguidas à risca.

De acordo com as investigações, Mad e seu grupo são acusados do assassinato do empresário Marcelo Diotti da Mata, no estacionamento do restaurante Outback, na Avenida das Américas, Barra da Tijuca, no dia 14 de março de 2018. Diotti foi alvejado ao lado de seu carro, um Mercedes SUV branco. No local, foram encontradas cerca de 20 cápsulas de calibres 7.62 e 5.56. A data do homicídio de Diotti coincide com a dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no Estácio, na Zona Norte do Rio.. Os dois crimes ocorreram à noite.

Com a quebra do sigilo telefônico, autorizado pela Justiça, de alguns dos integrantes do Escritório do Crime, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – que coordenou a ação com a DH Capital- fez o rastreamento dos aparelhos. Os investigadores descobriram que um dos celulares usados por Mad se encontrava justamente na área onde Diotti fora assassinado.

O empresário era casado com Samantha Miranda, ex-mulher do ex-vereador Cristiano Girão, que fora condenado por formação de quadrilha e crime eleitoral. O ex-parlamentar também foi acusado de comandar uma milícia na Gardênia Azul, em Jacarepaguá. Ele chegou a ser investigado pela morte de Diotti, mas dissera, à época, que passou a noite numa churrascaria, também na Zona Oeste.

Para os investigadores, o ex-capitão do Bope, Adriano, ainda à frente do Escritório do Crime, em 2018, estaria por trás do assassinato do empresário. O motivo seria a disputa do legado deixado pelo bicheiro Waldomiro Garcia, o Miro, ex-patrono do Salgueiro, que morreu de complicações decorrentes de um enfisema pulmonar, em outubro 2004.

Adriano teria descoberto um plano de Diotti para matá-lo. Segundo os investigadores, o ex-capitão do Bope soube a ordem teria partido do pecuarista Alcebíades Paes Garcia, o Bid, filho de Miro e irmão do Waldemir Paes Garcia, o Maninho. Este último fora assassinado no dia 28 de setembro de 2004, portanto, um mês antes de o patriarca da família morrer de causas naturais.

O objetivo de Bid, de acordo com as investigações da polícia, seria dar um fim ao maior rival na disputa do legado: Bernardo Bello Barboza, ex-marido de sua sobrinha Tamara Garcia (filha de Maninho). Ele acreditava que, para chegar a Bernardo, teria antes de matar Adriano, na época pago para proteger o rival. Por esse motivo, procurou Diotti. Mas o ex-capitão ao tomar conhecimento da trama, resolveu se antecipar, ordenando que o Escritório do Crime executasse Diotti.

No dia 25 de fevereiro deste ano, outro homicídio ocorreu no clã Garcia. Desta vez, a vítima foi Alcebíades. Ele foi atacado por homens armados, que o esperavam dentro de um carro, quando Bid voltava da última noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí. O crime ocorreu quando ele saía da van, que o buscou do Sambódromo, em frente a um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Os investigadores da DH e do Gaeco atribuem mais este assassinato ao Escritório do Crime.

Antes da morte de Bid, em outubro do ano passado, Shanna Harouche, filha de Maninho e sobrinha da vítima, também sofrera um ataque a tiros, em frente a um shopping no Recreio dos Bandeirantes. Mesmo baleada, ela conseguiu escapar e sobreviver. Em depoimento à DH, a vítima acusou o ex-cunhado Bernardo como mandante do ataque. O motivo: a disputa no espólio de Maninho. Após a morte de Bid, Shanna ratificou a suspeita, em sua segunda ida à delegacia.

O rastro de mortes envolvendo integrantes da família Garcia é longa. A Polícia Civil não chegou nem aos executores do assassinato de Maninho, há 16 anos. Ainda há o assassinato do filho de Maninho, Myro Garcia, em 2017, cujas investigações, até o ano passado, tratavam o caso como uma execução após um sequestro. Na verdade, o crime estaria relacionado também à disputa pela herança.

Os inquéritos de homicídios ligados aos Garcia permaneciam parados até a chegada do Gaeco, que entrou para investigar as mortes de Marielle e Anderson. Antes de a promotoria chegar ao sargento reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, apontados como executores da parlamentar e de seu motorista, foi possível descobrir o Escritório do Crime. Os investigadores apuram ainda outros casos, ainda sob sigilo, que podem ter a impressão digital dos pistoleiros da organização criminosa.

Irmãs Mad e Tonhão tiveram prisão decretada pela Justiça

Além de Mad, também tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça: o irmão do chefe, Leandro Gouvea da Silva, o Tonhão, os ex-PMs João Luiz da Silva, o Gago; Anderson de Souza Oliveira, o Mugão; e Gurgel. Também há um PM na inatividade conhecido como Janjão, com atuação na milícia do Morro do Fubá, em Campinho, na Zona Norte do Rio. Além do Gaeco e da DH Capital, a operação teve o apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ.

Tonhão também é remanescente do núcleo de Adriano e é considerado braço direito do chefe. Mad, Tonhão e Adriano jogavam bola em Quintino, quando eram crianças. O campo de futebol era administrado pelo pai dos dois irmãos, um ex-policial civil.

O Escritório do Crime foi revelado pelo GLOBO em agosto de 2018. Na época, a Polícia Civil chegou a chamar alguns de seus integrantes para serem ouvidos no duplo homicídio de Marielle e Anderson. Além de Mad, o próprio Adriano também prestou depoimento, pois havia a suspeita de participação deles no crime. Em dezembro do ano passado, em suas alegações finais contra a tentativa de federalização das investigações, o Gaeco apresentou o Escritório do Crime ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em suas alegações finais contra a tentativa de federalização do Caso Marielle, como uma “organização criminosa estruturalmente ordenada para a prática de homicídios mediante paga e de periculosidade acentuada”. O MPRJ conseguiu, em maio deste ano, que o duplo homicídio continuasse sendo investigado no âmbito estadual.

Quem era o criador do Escritório do Crime

Um dos alvos da operação Intocáveis, desencadeada pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) contra a milícia de Rio das Pedras, Adriano estava foragido desde janeiro do ano passado, até ser morto em fevereiro deste ano. O ex-capitão do Bope foi acusado pelo Gaeco de ser o chefe da milícia da Muzema e de Rio das Pedras e chefe do Escritório do Crime. Seu nome estava na lista de procurados da Interpol, mas não constava no levantamento do governo federal de bandidos mais perigosos, feita pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

A ligação de Adriano com o subtenente aposentado da PM Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, no esquema conhecido como “rachadinha”, também é investigado pelo MPRJ. Pelo sistema, assessores devolvem parte dos salários que recebem do parlamentar. Até novembro de 2018, quando Flávio ainda era deputado estadual, ele empregava em seu gabinete a mãe e a ex-mulher do ex-capitão do Bope, Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega.

Com a prisão de Queiroz, há duas semanas, veio a tona um encontro entre a mulher dele, Márcia de Oliveira Aguiar, que está foragida da Justiça, a mãe de Adriano e Luis Botto Maia, que foi advogado na área eleitoral de Flávio. A reunião ocorreu dia 3 de dezembro do ano passado, na cidade de Astolfo Dutra, em Minas Gerais. Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) do MPRJ, nas conversas por aplicativo de mensagens, Raimunda foi quem convidou Márcia para o encontro. A promotoria acredita que a mãe do miliciano, assassinado dois meses depois, era quem dava os recados para o filho junto com a então mulher de Adriano, Júlia Lotufo.

Adriano chegou a receber a medalha Tiradentes, a mais alta honraria do Legislativo fluminense, em 2005. A homenagem veio justamente das mãos de Flávio Bolsonaro. Dois anos antes, ele já havia recebido duas honrarias, de louvor e congratulações por serviços prestados à corporação, também do então deputado.

Além de miliciano, Adriano estava atuando ativamente na contravenção. Uma fonte da Polícia Civil disse que o ex-capitão tornou-se sócio de Bernardo. Ironicamente, ele ingressou no mundo da contravenção para ser chefe da segurança de Bid, mas depois passou para o lado do ex-marido de Tamara.

Diotti também atuava na contravenção, segundo investigadores

Marcelo Diotti, que era dono de uma marca de roupas (La Familia Comércio de Tecidos e Vestuário, na Avenida das Lagoas, 63, Gardênia Azul), já foi preso e respondeu por homicídio, porte de arma de fogo e exploração de máquinas caças-níqueis. O MPRJ o denunciou com mais seis envolvidos pela morte de um homem em Campo Grande, há oito anos. Eles foram acusados de executar a vítima após ela ganhar mais de R$ 2 mil nas máquinas. Diotti foi absolvido pelo homicídio em 2015.

Em pelo menos duas situações anteriores, Diotti havia escapado de emboscadas. Em junho de 2017, deixava um evento de música eletrônica na companhia da mulher, Samantha, no Hotel Grand Mercure, na Barra da Tijuca, quando o casal foi alvo de tiros disparados por um homem de dentro de um carro. Eles não ficaram feridos.

Meses depois, em fevereiro de 2018, Mad e seu grupo criminoso prepararam uma emboscada contra Diotti durante uma festa de aniversário ocorrida em sua residência, na Barra. O Gaeco apurou que o grupo desistiu da ação por causa da presença do chefe da milícia da Zona Oeste, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, “a quem nutriam respeito e deferência”, de acordo com as investigações.

Mad já figurou como suspeito da morte de Marielle

Mad chegou a figurar como suspeito das mortes de Marielle e Anderson. Tanto ele, como Adriano foram chamados para depor sobre o caso. Durante a primeira fase da operação, a equipe do ex-titular da DH, Giniton Lages, chegou a ouvir Mad em depoimento para saber o que ele fazia no dia em que Marielle foi morta.

Durante a operação Intocáveis, que desbaratou em janeiro do ano passado a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste, o Gaeco e a Polícia Civil rastrearam uma conversa telefônica na qual Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, ex-presidente da Associação de Moradores do bairro, diz ao vereador Marcello Siciliano que o crime contra a vereadora teria sido encomendado pelo conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão a Mad, Diego Lucas Pereira, o Playboy; e Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho. Estes dois últimos foram apontados como integrantes do Escritório do Crime, mas não há provas contra eles.

A suposta negociação, de acordo com Beto Bomba, teria ainda o intermédio de Marcos Vinícius Reis dos Santos, o Fininho. Na mesma gravação, o ex-dirigente comunitário contou que Mad também matou Diotti, apelidado de Shrek, na mesma noite. Os investigadores, porém, receberam as informações com reservas e já descartaram o envolvimento do pistoleiro na morte da vereadora.

“A única realidade plausível é que o investigado Beto Bomba lança diversas informações contraditórias e desprovidas de alicerce técnico probatório”, afirmou o MP-RJ em alegações finais no STJ. Embora reconheça os indícios substanciais dando conta da participação de Mad e seus comparsas no homicídio de Diotti, o órgão afastou por completo a possibilidade de seu envolvimento nos homicídios de Marielle e Anderson, “praticados em locais diametralmente opostos, em horários quase que simultâneos”, disseram os promotores nas alegações finais ao STJ.

Acusado de ser um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, Beto Bomba está preso desde maio do ano passado após passar quatro meses foragido. As investigações da Intocáveis demonstraram que a quadrilha usava a sede da associação de moradores para negociar imóveis construídos ilegalmente e para cobrar taxas de moradores. Outra acusação contra o ex-dirigente foi receber informações privilegiadas sobre operações policiais no local para alertar os subordinados com antecedência.

Facção conta com informações privilegiadas

O Escritório do Crime se destaca das demais quadrilhas de pistoleiros pelo grau de sofisticação das ações. Seus integrantes jamais usam celulares pessoais, trocando de chip pré-pago do aparelho, constantemente. Outra característica da organização criminosa é planejar com cuidado as ações, mediante levantamento prévio, a partir de informações privilegiadas, para a escolha da melhor oportunidade. A opção geralmente recai sobre áreas sem câmeras de vigilância, pouco movimentadas e próximas à rotas de fuga.

Por serem policiais e ex-PMs, conhecem bem a máquina administrativa e têm uma farta rede de informantes. Seus carros são cuidadosamente escolhidos e adulterados desde seus acessórios até as placas, que são clonadas para confundir o monitoramento por câmeras e despistar eventuais rastreamentos. Após essa etapa de preparo, os criminosos estudam os hábitos e as rotinas das vítimas.

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Cientistas debatem: um asteroide pode colidir com a Terra?

Quais são as chances de um asteroide colidir com a Terra? Quando isso poderá ocorrer? Há como evitar uma catástrofe? São algumas dúvidas que os fãs de astronomia poderão tirar com especialistas do mundo inteiro nesta terça-feira (30), o Dia do Asteroide. A data foi reconhecida em 2016 pelas Nações Unidas como forma de conscientizar as autoridades e a população em geral sobre os riscos de o nosso planeta ser atingido por um corpo celeste como o que caiu no dia 30 de junho de 1908 perto do rio Podkamennaya Tunguska, na Sibéria, que então pertencia ao império soviético.

O “evento de Tunguska”, como ficou conhecido, é o maior impacto causado por um corpo celeste na Terra na história moderna. A bola de fogo, com estimados 50 a 100 metros de diâmetro, explodiu na atmosfera e produziu cerca de 185 vezes mais energia do que a bomba atômica que arrasaria a cidade de Hiroshima durante a Segunda Guerra. O asteroide destruiu cerca de 80 milhões árvores em uma área de 2.000 quilômetros quadrados de florestas na Sibéria. Por sorte, a região era pouco habitada, e não há registro de mortes de pessoas.

O Dia do Asteroide foi um movimento criado em 2014 por Brian May (astrofísico e guitarrista da banda de rock Queen), Rusty Schweickart (astronauta da missão espacial Apollo 9), Grig Richters (cineasta) e Danica Remy (presidente da fundação de astronomia B612). Entre 30 de junho e 4 de julho, o site AsteroidDay.org irá transmitir, várias vezes ao dia, uma série de sete painéis com diversos astronautas e cientistas que vão discutir temas como as novas descobertas de asteroides e o futuro das missões espaciais para pesquisar esses corpos celestes.

O site AsteroidDay.org também compila eventos programados em vários países para marcar a data. No Brasil, entre outras iniciativas, o Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal), no Paraná, realizará um evento online nesta terça-feira, às 20 horas, em sua página no Facebook (https://ift.tt/3eMn54w). Membros do grupo participarão de um bate-papo sobre asteroides e responderão a perguntas feitas pelo chat sobre qualquer outro tópico ligado à astronomia.

Estima-se que haja mais de 500.000 asteroides no sistema solar, dos quais menos de 2.000 têm tamanho suficiente (mais de 140 metros de diâmetro) ou orbitam a uma distância relativamente próxima da Terra (7,5 milhões de quilômetros) para trazer algum perigo de colisão com o nosso planeta. No entanto, segundo a Nasa, a agência espacial americana, não há nenhum asteroide conhecido que represente um risco significativo de atingir a Terra nos próximos 100 anos.

Pequenos asteroides, com alguns metros de diâmetro, passam entre a Terra e a órbita da Lua várias vezes por mês. Praticamente todos os dias, meteoroides (fragmentos de materiais que vagueiam pelo espaço) explodem ao atingir a atmosfera da Terra, causando as brilhantes chuvas de meteoros que podemos observar à noite no céu e que às vezes deixam restos no chão (os meteoritos).

Um dos asteroides que a Nasa vem estudando com atenção é o Bennu, que tem 525 metros de diâmetro e foi descoberto em 1999. A chance de ele atingir a Terra entre os anos 2175 e 2195 é de 0,037%. Nenhum de nós estará vivo até lá, mas os nossos descendentes, provavelmente, também não correrão o risco de ver o asteroide despencar sobre a cabeça. Cientistas de vários países monitoram os corpos celestes potencialmente perigosos e estudam diversas técnicas – como o uso de artefatos nucleares ou uma nave espacial – para provocar uma explosão ou um impacto capaz de desviar a trajetória desses corpos e evitar a colisão com a Terra. Pelo menos na teoria, parece que funciona.

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Mundo está de olho no saneamento do Brasil, diz CEO da BRK Ambiental

O Senado aprovou na semana passada o novo marco do saneamento básico que, dentre outras medidas, amplia a possibilidade de atuação de empresas privadas no setor. As mudanças atraem a atenção de investidores nacionais e internacionais. Estimativas indicam necessidade de investimentos entre 500 bilhões e 700 bilhões de reais. “O mundo todo olha o que acontece no Brasil em saneamento. Pelo tamanho do mercado e o que tem para ser feito, essa talvez seja uma das maiores oportunidades do mundo em investimento em infraestrutura”, afirmou Teresa Vernaglia, presidente da BRK Ambiental, em entrevista à EXAME.

A BRK Ambiental é hoje a maior empresa privada no setor. Segundo Vernaglia, a empresa vem se preparando há anos para esse momento. “Venho do mundo regulado, trabalhei com telecom, energia, e não conseguia ver uma empresa desse porte avançando sem um marco regulatório. Fizemos toda a transformação para ter a empresa preparada para esse momento”, diz a executiva, que já atuou na empresa de energia AES e na de telefonia Nextel.

Dentre as medidas tomadas pela BRK para se preparar está o registro como companhia aberta junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), realizado no ano passado. A solicitação foi para a categoria B, que permite a emissão de títulos de dívida, mas não de ações. Com isso, a BRK amplia suas possibilidades de captação de recursos para novos projetos e se fortalece para um ambiente com mais concorrência. “A gente não tem medo da concorrência, o que temos medo é de uma concorrência que não é igual para todo mundo. Queremos ter regras claras e projetos bons”, diz Vernaglia.

A BRK Ambiental antes se chamava Odebrecht Ambiental. Em 2017, o grupo canadense Brookfield adquiriu 70% da companhia, que mudou de nome. A empresa opera em mais cem municípios e tem a expectativa de investir 20 bilhões de reais nos próximos 20 anos só nos projetos já em andamento.

Leia a entrevista:

Como avalia a aprovação do marco do saneamento pelo Senado?

Foi uma aprovação histórica, é um marco para o Brasil. Todo o mercado, e a BRK Ambiental inclusa, sempre acreditou nesse novo marco como sendo um divisor de águas. Aconteceu e estamos otimistas, mas ainda há muito o que fazer para materializar essa nova lei. Ela precisa ser sancionada, regulamentada, existem alguns passos a serem dados para tornar a lei de fato efetiva. É preciso saber como vai se definir a capacidade econômica das empresas para que se possam renovar os contratos, a ANA (Agência Nacional de Águas) precisa ser preparada para suas novas atribuições, e precisamos que venha a mercado um grande número de projetos.

A BRK Ambiental é maior empresa privada no setor de saneamento hoje. O novo marco amplia a possibilidade de concorrência, certo?

A gente não tem medo da concorrência, o que temos medo é de uma concorrência que não é igual para todo mundo. Queremos ter regras claras e projetos bons, em que todos entram em igualdade, e aí, que vença o melhor. Queremos ter a possibilidade de jogar, esse é o benefício principal da nova lei. É permitir que seja possível jogar e que as regras sejam claras para todos de antemão, que os editais sejam bem feitos, que haja audiências públicas. É isso o que o investidor quer, uma regra clara, pela qual todos possam participar, e a confiança de que os contratos serão honrados. A aprovação é a sinalização que quem tem capacidade de investir e operar quer. Com isso temos uma perspectiva de que será viável operar por 35 anos com regras claras.

O que muda na BRK com a aprovação da nova lei?

Na BRK nada muda, porque sempre nos organizamos para esse momento. Eu venho do mundo regulado, trabalhei com telecom, energia, e não conseguia ver uma empresa desse porte avançando sem um marco regulatório. Fizemos toda a transformação para ter a empresa preparada para esse momento. Agora é seguir em frente e esperar para que venham grandes projetos.

Vocês têm sido procurados por fundos, investidores, empresas interessadas e atuar nesse setor aqui?

O mundo todo olha o que acontece no Brasil em saneamento. Pelo tamanho do mercado e o que tem pra ser feito, é uma das maiores oportunidades do mundo de investimento em infraestrutura. Então vários fundos, investidores, operadores estrangeiros acompanham, assim como investidores que já estão no país. Aqueles que não operam em saneamento e aqueles que já operam, como é o caso da BRK. E aí a gente sabe os desafios de fazer esse investimento, de gerenciar várias agências reguladoras, entender a necessidade de cada poder concedente e município. O que ocorre é uma preocupação de entender o que é o projeto de lei, o que de fato muda. Para o investidor estrangeiro também é um desafio entender a relação com os municípios e o ambiente político. Não acredito que um investidor entre nesse negócio do zero, porque há uma complexidade intrínseca que não é desprezível. E aí quem já opera no setor, como nós, tem uma vantagem competitiva. As pedras estão se movimentando a partir de agora. São entre 500 e 700 bilhões de reais em investimento. O que o Brasil precisa é daquele investidor que tem capacidade para investir, e que tenha uma visão de longo prazo, não aquele que tem uma visão de curto prazo. Na medida em que ele vê no país um pipeline de projetos, com regras transparentes, é esse investidor que vai trazer os volumes de investimentos necessários. Temos uma oportunidade única, mas muita coisa ainda precisa acontecer. O mercado de capitais terá papel importante na captação desses recursos. E quem estiver na frente na ESG vai ser um diferencial, e a BRK está preparada.

O ambiente político polarizado e as dificuldades na gestão da pandemia no Brasil podem afugentar o investidor?

Esses pontos fazem com que ele olh ecom mais cuidado. Em um ambiente com instabilidade, ele vai olhar com mais critério a qualidade dos projetos, os mecanismos para garantia dos contratos. Isso só reforça a importância de termos projetos de qualidade.

Como vocês planejam acessar o mercado de capitais?

Hoje temos 22 operações, a maior parte está na fase de capital intensivo para levar universalização de água e esgoto. Investimos na ordem de 1 bilhão de reais ao ano, construindo novas redes e conexões, levando água, coleta e tratamento e correta disposição do esgoto. A gente tem uma previsão de investimento da ordem de 20 bilhões nos próximos 20 anos, só nas concessões atuais. Com a perspectiva de novas operações, com certeza devemos diversificar a fonte de financiamento. Listamos a BRK na CVM como tipo B, não somos uma empresa de capital aberto, mas para acessar o mercado de capitais, estamos preparados para isso, por isso fizemos esse movimento em 2019. Vamos emitir debêntures com certeza, já estávamos nos preparando para fazer ao longo de 2020. Com a covid, assim como todo o mercado, a gente se retraiu. Também existem movimentos importantes de incentivo de debêntures para infraestrutura, com benefícios para o emissor, há um projeto de lei em andamento sobre isso. O fato de virem a mercado projetos de saneamento também faz com que o mercado todo se movimente e traga instrumentos que viabilizem a captação de recursos de grande monta para um investimento de longo prazo que é o saneamento. Para agora não consideramos abertura de capital, temos muita coisa acontecendo na BRK. Quem sabe no futuro. Nesse momento olhamos outros mecanismos.

Há críticas de que municípios não rentáveis para as empresas sejam prejudicados pelo novo marco. Como vê essas críticas?

Essa é uma narrativa equivocada. Essas cidades já estão abandonadas. Onde estão os 35 milhões que não tem acesso a água, hoje? Estão nos municípios mais pobres. Com a nova lei, agora abre-se a oportunidade de recursos irem para esses municípios, e o projeto de lei traz mecanismos para de colocar esses municípios na rota do investimento privado. Eles já estão preteridos hoje. A gente discute essa lei há três anos. A grande discussão sempre foi como dar viabilidade econômica a esses municípios pequenos, isso tudo depende do modelo implementado. Hoje tem algum município sem acesso a telefonia? Tem algum município sem acesso a energia? Temos universalidade em telefonia e energia, mas não tem o saneamento. O que conseguimos aprender com setores que conseguiram vencer a barreia do economicamente viável? A saída é combinar o município que é viável com aquele que não é no mesmo bloco. E cobrar o operador para que ele faça o investimento e seja cobrado por um serviço de qualidade. Essa é uma discussão superada.

Outra crítica é a de que, com mais atuação do setor privado, a conta de água ficaria mais cara. A conta de água vai ficar mais cara?

Em primeiro lugar, é preciso ver que parte da população paga pela água, mas não tem esse serviço. Em segundo, é preciso pagar pelo serviço, não dá para ser de graça. Um estudo do IBGE mostrou que, dentro de uma renda familiar, o percentual da água na carteira não chega a 2%, isso precisa estar em perspectiva. A questão da tarifa não é a correta. Essa tarifa não necessariamente será mais cara. Tenho que ter eficiência. Tem regiões com perda de água de 70% entre a captação da água, tratamento, até ela chegar até a casa do cliente. Resolver esse tipo de problema trará ganhos que não virão pelo aumento da tarifa. A tarifa pode até ficar mais cara em algumas regiões, mas não é uma premissa.

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