O momento é grave e delicado no país por causa da pandemia da infecção respiratória covid-19, que já infectou 2,17 milhões de cidadãos e matou mais de 81 mil, mas há motivo para otimismo com a recuperação da economia do país. Essa é a opinião dos empresários que participaram do painel “O novo Brasil”, que encerrou no começo da noite de hoje quase 12 horas de conteúdo no 1º Fórum Digital de Empreendedorismo, Negócios e Transformação Digital, uma parceria da EXAME com o site Money Report.
“Como todo empresário brasileiro, sou sempre otimista”, disse Roberto Sallouti, presidente do banco de investimentos BTG Pactual, do mesmo grupo que controla a EXAME.
À parte a positividade nata, Sallouti citou três motivos concretos para estar confiante na retomada: as perspectivas para a evolução do surto do novo coronavírus no país, a agenda de reformas econômicas proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e os estímulos adotados pelos governos em todo o mundo – como o da União Europeia, que aprovou nesta terça-feira, 21, um pacote de ajuda aos países do bloco de 750 bilhões de euros.
Os relatos dos cientistas de que a infecção está se desacelerando no Brasil e de que uma vacina pode estar disponível para a população antes do que se imaginava são, para Sallouti, animadores. “Em abril, achávamos que o Produto Interno Bruto poderia encolher 11% neste ano. Agora, vemos uma queda de 4,5%”, disse o executivo no painel. Em sua opinião, a volta das reformas estruturais à pauta do país e a restauração da austeridade fiscal em 2021 devem garantir que o Brasil cresça “por um bom tempo” sem inflação.
Da mesma maneira que muitas empresas brasileiras, o BTG Pactual teve na pandemia um catalisador para algumas das estratégias adotadas nos últimos meses. “Aceleramos os investimentos em tecnologia, a ampliação do portfólio de produtos, e começamos a oferecer crédito para pequenas e médias empresas”, afirmou Salloutti.
Também no ramo financeiro, a fintech capixaba PicPay, controlada pela J&F Investimentos, viu a covid-19 concretizar as expectativas de digitalização do consumidor brasileiro que alimentava desde a sua criação, em 2012. “No começo, os fundadores enxergaram que em algum momento a quantidade de pessoas usando smartphones como ferramenta para acessar serviços financeiros ia crescer. É um empoderamento do consumidor. A pandemia acabou acelerando essa curva dos dois lados, tanto do cliente quanto do comerciante, que precisou digitalizar seu negócio. Neste momento, muitas oportunidades surgem”, disse, no painel, Gueitiro Genso, presidente do PicPay.
Para Genso, as empresas que sobreviverão à atual crise global são as que têm mentalidade de compartilhamento. “Ninguém neste novo mundo vai conseguir ser bom em tudo sozinho. As parcerias trazem vantagens para todo o ecossistema”, afirmou.
Essas são tendências em que a Raia Drogasil, maior rede de farmácias do país, com cerca de 2.200 lojas, vem apostando desde antes da crise. A companhia vinha centrando sua estratégia em aumentar a digitalização da sua operação, com as vendas online, e a integração com o sistema de saúde.
Para a Unysis, multinacional americana de serviços de tecnologia da informação, a crise foi um chacoalhão para o mundo corporativo em diversos aspectos. “Muitas empresas aceleraram uma transformação digital que estava desenhada, outras tiveram que tomar medidas que não estavam nem planejadas”, disse Mauricio Cataneo, presidente da Unysis no Brasil. “As companhias não podem simplesmente transportar para o digital a experiência física que oferecem para o cliente, precisam redesenhar totalmente.”
Nesse processo, a parceria entre as empresas, como reza a economia colaborativa, é fundamental. Mas a Unysis também está otimista com o país. “O Brasil é o nosso foco de crescimento”, disse Cataneo.
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