terça-feira, 21 de julho de 2020

Mattar pede que pessoas deixem “dogma” de lado sobre imposto de transações

“Como cidadão e empresário, eu nunca gostei da CPMF. Esse imposto veio para ajudar a saúde e depois se perverteu. Anos depois, me encontro em Brasília com meu colega Marcos Cintra e começo a conversar sobre o imposto de transalções. À medida que eu fui entendendo, deixando o dogma de lado, mudei minha opinião”, conta Salim Mattar, secretário especial de Desestatização do governo federal no 1º Fórum Digital de Empreendedorismo, Negócios e Transformação Digital, uma parceria da EXAME com a Money Report. 

O secretário participou do primeiro painel do evento, mediado por Fabiane Stefano, editora de EXAME,  Vittorio Danesi, fundador da Simpress e Stéphane Engelhard, do Carrefour Brasil.

O imposto sobre transações financeiras que remete ao antido e polêmico “imposto do cheque” é defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como forma de compensar uma eventual desoneração da folha de pagamentos e a unificação dos impostos federais PIS e Cofins. Esse último deve constar na proposta de reforma tributária que o governo pretende entregar na tarde de hoje ao Congresso Nacional, onde se juntará ao projeto já em tramitação.

“Quero pedir a vocês que não prejulgassem o imposto de transações, que pode ser uma solução barata e absolutamente inovadora para grande parte dos problemas com impostos que nos temos. Além disso, a carga vai diminuir para os que já pagam impostos e aumentar para que não pagava e agora voltará a pagar”, completa o secretário.

Privatizações e desinvestimentos

Questionado sobre o ritmo das privatizações, o secretártio disse que “estão sendo retomadas agora”: “algumas empresas eu não posso adiantar pois são listadas, mas de agora até o fim do ano, teremos algumas desestatizações. Vamos retomar um tempo perdido em 2021”, disse.

O ministro disse ainda que o governo pretende fechar o BNDESpar, o braço de investimentos do banco de fomento, até 2022: “Já vendemos R$ 43 bilhões de participação da União de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020. Temos ainda saldo de R$ 50 bilhões para desinvestir, o que será feito ao longo deste e do próximo ano.”, disse.

Mattar critica a dificuldade no processo que vem do ambiente burocrátio do Estado. Segundo ele, há 16 estatais em processo de desestatização atualmente. Desde o ano passado, foram vendidas 73 empresas de 698, segundo ele. Em 2020, foram vendidas 11: “Ainda temos 614. Nesse ritmo, vamos gastar mais nove anos para poder vender tudo. Por isso estamos tentando acelerar a venda desses ativos”.

Sinais vitais da economia

Para o ministro, a economia apresenta em seus sinais vitais que está sendo retomara. Nessa linha, ele cita a Selic em sua mínima histórica, o ibovespa acima dos 100 mil pontos, o “crédito chegando na economia real”, a maior oferta de crédito imobiliário, a construção civil contratando, a recuperação vista no varejo em maio e um número menor do que o previsto de demissões, como exemplos de que o ambiente está mais positivo. 

Para que o cenário possa ser preservado, segundo ele, é preciso haver cortes de gastos na parte fiscal, como forma de não precisar subir impostos: “O déficit primário inicialment eprevisto em 1% para o fim deste ano será de cerca de 10%”, diz. 

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